O professor Rafael Baptista, é coordenador do Biohub do Tecnopuc e, desde o início, um dos grandes parceiros da Health Meeting Business & Innovation.
Nossa equipe conversou com ele para saber quais são as expectativas para a primeira feira na área da saúde no Rio Grande do Sul, que acontece de 2 a 4 de outubro, no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre.
Como você vê o setor da saúde hoje no Estado? O setor de saúde aqui no Rio Grande do Sul é muito aquecido e com grandes oportunidades de negócios.
Uma das provas disso é a vinda do South Summit aqui pra Porto Alegre. Entre tantas cidades que esse evento, que é um dos maiores eventos de inovação, podia ter ido, veio pra Porto Alegre. Então, isso mostra que Porto Alegre está se consolidando como uma cidade interessante para negócios.
E os negócios em saúde se destacam de uma maneira especial. Quem esteve no South Summit pôde perceber um grande número de health techs, biotechs, enfim, startups relacionadas com o mercado da saúde. E aqui no nosso ecossistema, no Parque Científico e Tecnológico da PUC, o Tecnopuc, a área da saúde é a área com maior número de empreendimentos. São mais de 50 empreendimentos, entre startups, biotechs, laboratórios e etc. Acho que isso é um termômetro interessante acerca dos negócios na área da saúde no Rio Grande do Sul.
Quais são os principais desafios a serem enfrentados por essas health techs?
Sabemos que nessa área, as startups e as empresas, de uma maneira geral, passam por diferentes estágios, e cada um deles tem seus desafios. Algumas estão em um estágio de validação da hipótese, outras estão num estágio de captação de financiamento, outras ainda podem estar já no estágio de buscar escala. Então, eu acho que os desafios variam.
Acho que os três principais desafios que as health techs possuem são, em primeiro lugar, validar a sua hipótese, e nisso eu noto que muitas têm a dificuldade de conseguir fazer as suas provas de conceito. Porque elas precisam entrar no hospital para fazer a validação do seu negócio, fazer os testes, ou precisam testar em outro ambiente pra fazer a sua prova de conceito.
O segundo desafio, obviamente, é a captação de investimento, e o terceiro desafio eu acredito que seja dar escala para o negócio e retorno para o investidor.
Outra fragilidade que eu percebo em muitas startups da área da saúde é que por não estarem muito ligadas ao meio acadêmico, à pesquisa, elas desconhecem os reais caminhos, metodologias e canais de comprovação científica do seu negócio. E eu acho que esse é um grande diferencial aqui do nosso ecossistema. Por ser um parque científico e tecnológico, é um ambiente de inovação vinculado a uma universidade e esse é um ativo que a gente pode entregar para as startups, uma vez que a gente está ligado com laboratórios, institutos de pesquisa e pesquisadores com os quais esses empreendedores podem fazer colaborações e obter essa comprovação científica que vai dar legitimidade pro negócio. Qual a importância de um evento como a feira HealthMeeting, para o desenvolvimento do setor, tanto em termos tecnologia como na própria saúde? O impacto de um evento como esse é gigante. É claro que nós vamos poder medir esse impacto, principalmente depois do evento. Mas a gente já está sentindo essa movimentação que a Health Meeting está trazendo, porque ela está movimentando vários atores nesse ecossistema. Eu tenho visto os movimentos com hospitais, sindicatos, empresas, laboratórios, startups, universidades, governo… Então, quer dizer, só na preparação desse evento, olha quantos atores importantes do segmento de saúde estão sendo movimentados e conectados. Imagina o que a feira em si, não vai fazer durante os dias 2, 3 e 4 de outubro, quando ele estiver acontecendo, e o legado que vai deixar no período que se segue.
Então, eu espero que seja uma feira que ocorre todo ano em Porto Alegre, para justamente todo ano estar movimentando esse ecossistema e criando essas conexões importantes porque não é sempre que temos todos esses players reunidos, fazendo negócios juntos, interagindo cada um dentro da sua área, do seu segmento.
Qual a sua expectativa com relação ao evento?
Talvez minha principal expectativa seja que durante esses dias do evento Porto Alegre respire saúde. Então, eu imagino que, guardadas as devidas proporções, a Health Meeting faça como o South Summit, em prol da ciência, conectando todos esses atores que fazem parte do ecossistema, gerando e prospectando resultados. O que a maioria das pessoas também quer é resultado. Qual o impacto financeiro, social e econômico? O que se reverte para a sociedade? Então, minha expectativa é essa: que a Health Meeting acelere essas partículas, prospectando negócios e gerando impacto social e econômico.